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Doce sonho (ou um lindo pesadelo)

Capitulo 2 - Lovegame

Kouga cruzou os braços, já completamente sem paciência. Desde que saíram da casa de Rei era a quarta loja de doces que eles paravam. Ainda queria entender porque ele estava fazendo aquilo, exatamente. Não era do seu feitio obedecer aos desejos dos outros, ou fazer programas sociais e, principalmente, em público. Talvez seja pelo fato de ter passado a noite na cama de Zero, talvez porque o cavaleiro mais novo tivesse pedido com aquele sorriso que o deixava meio tonto, talvez seja porque ele não conseguia pensar com a boca do outro em várias partes de seu corpo. Qualquer um dos motivos, ou todos eles, explicavam exatamente porque Garo estava sentado e esperando, pacientemente, que o moreno terminasse sua oitava torta de morango. Pegou a xícara de chá que havia pedido, sorvendo do líquido amargo, voltando a atenção para o namorado quando esse deu uma risada mais alta.

Rei conversava com a atendente da doceria, a moça toda encantada com o moço bonito ali que havia pedido todos os doces que eles vendiam. Ela parecia concordar com alguma bobagem dita pelo outro, o rosto ficando levemente avermelhado.

Kouga levantou a sobrancelha, algo nele parecendo rugir. Ele observou a moça continuar a rir baixinho, os olhos brilhando em direção ao Rei que parecia bem interessado e fazia gracinhas. Nem percebeu quando colocara a xícara na mesa com mais força do que o necessário, todos olhando para ele.

            - Já terminou ou vai querer mais alguma coisa, Rei? - perguntara, um tanto brusco.

Rei lambeu o canto da boca, retirando os últimos vestígios do creme da torta que ali se encontrava, segurando com os dedos o último morango restante.


            - Nah, quero mais nada, no momento. - mantendo o sorriso no rosto.

            - Então, a conta por favor. - Kouga falou sem olhar para a atendente que apenas sussurrou uma desculpa, indo buscar a conta para eles.

Rei observava o cavaleiro mais velho, se divertindo com a irritação que irradiava dele. Sabia que Kouga era ciumento, aliás, ciumento, controlador, de pavio curto. Tudo isso o deixava ainda mais lindo e era tão bom provocá-lo.

            - Ne, Kouga-kun. - Zero disse, chamando a atenção do outro. - Não é tão bom quanto você, mas é quase. - Mostrando o doce que tinha terminado de comer, vendo que ele ia abrir a boca e aproveitando, colocando o morango nela, deixando que ele sugasse o creme que estava em seus dedos, o corpo se arrepiando por completo.

Kouga comeu a fruta, ouvindo as risadas ao redor, virando e vendo duas mocinhas rindo e apontando para eles. A atendente ficou parada ali, olhando para os dois, com a conta na mão. Garo não falou nada, apenas se levantou, pegando a conta e olhando o valor, tirando a carteira e a pagando. Ele entregou para a moça o dinheiro, virando ate o Rei, o segurando pelo pulso e literalmente o arrastando para fora da doceria.

            - Oi! Kouga-kun, não precisa sair assim, também. - Rei disse, mais rindo que achando ruim, vendo que era arrastado para o  carro. - Ahhhh, não. Kouga, está cedo e ainda não consegui achar nenhuma blusa para você e nem a calça que quero.

            - Pois nós iremos embora agora, sem blusa e sem calça. - Kouga falou por entre os dentes.

            -Mas, eu realmente quero e preciso de uma calça nova, Kouga. - Rei disse, fazendo um bico.

Kouga parou, olhando para o moreno, algo passando pelo rosto do Garo e ele concordando.

            - Está bem, mas se você fizer uma gracinha sequer não reclame do que farei. - Kouga advertiu.

            - Só uma, é? Já chegou na gota d'água? Interessante. - Rei disse, já planejando a próxima gracinha, vendo a loja que gostava de comprar calças e puxando o Kouga. - Ali, vamos olhar se tem algo de bom.

Shiruba escutava a conversa, já pensando no que Rei aprontaria e na forma exata que Kouga iria repreendê-lo. Já começara a desejar ter sido deixada em casa, principalmente com a aparente mudez do Zaruba, que desde que saíram não falara uma única palavra. Só faltava agora aquele anel estar com ciúmes do cavaleiro que protegia.

Os dois entraram na loja, com Rei indo ver as calças ali, tentando achar uma decente. Kouga ficou um pouco afastado, mantendo os braços cruzados e o semblante fechado.  Rei começara a cantar a música que tocava no local, não que gostasse da cantora ou do estilo, mas era a típica música que grudava na cabeça e não saía.

Let's have some fun,
This beat is sick
I wanna take a ride on your disco stick

I wanna kiss you
But if I do then I might miss you babe
It's complicated and stupid
Got my ass squeezed by sexy Cupid
Guess he wants to play,
Wants to play
A love game
A love game

Hold me and love me
Just want to touch you for a minute
Maybe three seconds is enough for my heart to quit it
Let's have some fun,
This beat is sick
I wanna take a ride on your disco stick
Don't think too much just bust that kick
I wanna take a ride on your disco stick

Let's play a love game,
Play a love game
Do you want love or you want fame?
Are you in the game?
Dans le love game?

            - Mais um fã da Gaga, pelo visto. Apesar que essa combina com você - Ouviu falarem ao seu lado, virando e dando de cara com um rapaz de cabelos curtos, castanhos.
Rei apenas sorrira, não querendo muito papo, voltando atenção para a escolha da roupa que queria.

            - O que deixa a pergunta, que tipo de jogo alguém como você gostaria? - O desconhecido se aproximou, vendo o moreno se afastar.

            - Um jogo que você não conseguiria acompanhar. - Disse, piscando e saindo, indo na direção dos provadores. - Então melhor nem tentar entrar nele, pois não iria me interessar, já tenho o jogador perfeito.

            - Ah, que pena. Seria muita sorte alguém como você estar disponível para novos jogos. - O rapaz disse, vendo Rei dar uma risada baixa e sumir dentro das cabines privativas.

I'm on a mission,
And it involves some heavy touchin' yeah.
You've indicated your interest,
I'm educated in sex, yes.
And now I want it bad,
Want it bad.
A love game,
A love game.
Hold me and love me
Just want to touch you for a minute
Maybe three seconds is enough for my heart to quit it
Let's have some fun,
This beat is sick
I wanna take a ride on your disco stick
Don't think too much just bust that kick
I wanna take a ride on your disco stick

Let's play a love game,
Play a love game
Do you want love or you want fame?
Are you in the game?
Dans le love game?

O estranho balançou a cabeça e se virando, dando de cara com um rapaz alto de casaco branco, o olhar que recebera dele poderia gelar o mais corajoso e ele parecia irradiar pura irritação. Pedindo desculpas, o rapaz desviou dele e saiu da loja.

Kouga contou até 10 para não matar seu primeiro humano normal sem relação alguma com horror, seguindo a passos firmes em direção aos provadores. Rei continuava brincando com o que não devia e ele mostraria exatamente quem mandava ali.

Ele seguiu Rei até uma das cabines, vendo o Zero entrar nela para provar a calça que escolhera, nem se dando o trabalho de fechar a cortina ou mesmo a porta basculante que tinha ali. Garo viu o sorriso no rosto do namorado, ele estava fazendo aquilo para provocá-lo.

I can see you staring there from across the block with a smile on your mouth and your hand on your huh
The story of us it always starts the same with a boy and a girl and a huh and a game!
And a game
And a game
And a game
A love game!
Let's play a love game,
Play a love game
Do you want love or you want fame?
Are you in the game?
Dans le love game?

Rei tirou a calça que usava, deixando ela de lado, o cavaleiro percebeu que Kouga o olhava, dando um sorriso para ele, voltando a atenção para o que fazia. Talvez fosse seu subconsciente já acostumado a somente atentar ao cavaleiro mais velho, talvez fosse uma de suas fantasias, não importava. O que importava foi o fato de ter sido empurrado com rispidez e uma certa brutalidade contra a parede, ouvindo o barulho da cortina ser fechada e a portinhola que dava privacidade ao provador se chocando contra o batente.

Kouga segurou o moreno pelo pescoço, o prendendo com seu corpo de encontro a parede, puxando um pouco o cabelo dele para o lado, falando em seu ouvido:

            - Você deveria aprender a escutar, Rei-chan. Eu disse o que faria caso aprontasse mais alguma coisa. - Kouga disse.

            - Eu? Eu não fiz nada… Ahh - Rei disse, tentando se soltar, sentindo a outra mão do Kouga descer ate a sua cintura, o corpo tremendo e ficando cada vez mais quente.

            - Nada? Primeiro você flerta com todas as atendentes de todas as docerias que entramos, depois ainda dá atenção a um completo desconhecido e agora, resolve se trocar para que todos pudessem ficar te olhando? Você quis isso, Rei e eu vou deixar claro aqui: o que é meu, é meu. Somente meu.  - Kouga disse, a voz baixa e inalterada estava carregada de uma vibração pesada, deixando claro para o outro que não estava brincando.
Rei gemeu baixo, jogando a cabeça para trás, sentindo o corpo firme do namorado contra o seu, a respiração dele contra seu pescoço, o deixando todo excitado. A única coisa que conseguia fazer era dizer o nome do Kouga, que parecia já bem descontrolado pela situação.

Kouga virou o rosto do moreno para si, não esperando nenhuma resposta dele, apenas o beijando, deslizando seu corpo de encontro ao outro, marcando a pele clara. Era errado, era um absurdo, era completamente diferente do que normalmente teria feito.  Rei o deixava assim, tudo nele o deixava completamente sem controle, primitivo. Segurando ele pelo cabelo com uma das mãos, foi até sua calça, abrindo apenas o zíper, deixando seu sexo já duro para fora, fazendo com que o membro se encaixasse na bunda a sua frente.

            - É isso que você quer, Rei? Você fica me provocando porque quer que eu o castigue? - Kouga disse, procurando a entrada do outro com o dedo, introduzindo um ali, sabendo que aquilo iria machucá-lo.

Rei abriu os olhos, lambendo os lábios do Kouga devagar, aquele sorriso, aquele maldito sorriso debochado estampado, a voz suave e doce:

            - Je suis à toi pour ce vous voulez, mon Prince. Punir moi. Je ne suis pas si fragile, vous ne va ne pas me faire du mal. (Eu sou seu, para fazer o que desejar, meu príncipe. Me puna. Eu não sou tão frágil, você não vai me machucar) - Rei disse, sabendo que Kouga o entenderia, abrindo mais as pernas para que o outro pudesse se encaixar melhor entre elas.

Kouga fechou os olhos, introduzindo outro dedo dentro do Rei, ouvindo os gemidos do moreno, a forma que ele movia o quadril, sedutor, convidativo. Aquilo já tinha deixado de ser uma punição para o Zero, aquilo já nem era mais o que deveria ser. Era como se algo o controlasse e somente era possível retornar ao normal quando estivesse dentro dele, bem fundo. Rei soltara um grito estrangulado quando ele o invadira, ele levou a mão ate a do namorado, esquecendo que ele estava com Shiruba ali.

Para ambos não existia mais nada, apenas os dois. Rei acompanhava as estocadas, a própria ereção se esfregando contra a parede, o cavaleiro balbuciava palavras em outra língua que ainda não usara com Kouga, ambos já próximos ao abismo do orgasmo. Zero virou o rosto, procurando a boca do namorado, abafando o grito que soltara quando o clímax explodira em suas células, fazendo com que ele o acompanhasse. Ambos permaneceram assim, recuperando o fôlego.

Kouga se afastou primeiro, ouvindo o gemido de dor que Rei soltara, balançando a cabeça. Rei colocou um dedo sobre a boca dele, ainda com o mesmo sorriso estampado.

            - Sem isso, Kouga-kun. Eu já disse, não sou tão frágil assim. - Rei roubou um beijo do ruivo.

            - Você quer realmente isso, Rei? Eu acho que estou forçando esse relacionamento. - Kouga suspirou, correspondendo ao beijo.

Rei suspirou, pegando a própria calça que havia tirado um pouco antes, a colocando e tentando se arrumar um pouco.

            - Kouga, acho que deixei claro que quero isso, que quero você. Só não espere uma esposa obediente e recatada, que irá te esperar em casa todos os dias e abaixar a cabeça para todas as suas vontades. Eu não vou tentar mudá-lo, já disse, sei bem que você é para casar.  Só não tente me mudar, isso não acontecerá.

Kouga fechou os olhos, ponderando. Sabia bem que não conseguiria mudar o cavaleiro, sabia que ele seria daquele jeito até o fim, mas não era exatamente isso que o fizera se apaixonar por ele em primeiro lugar?

            - Eu posso usar uma coleira com seu nome, caso isso o deixe mais calmo - Rei conseguia, como sempre, falar uma bobagem gigante no final.

            - Ou uma aliança. - Kouga falou, olhando de lado para o mais novo.

            - Argh, não. Deixa isso para os filhotes. - Piscando para o Kouga - Aliás até a coleira. Leo com a aliança e Tsubasa com a coleira, o que acha? Ou o contrário? Ou os dois?

            - De novo a mesma coisa. Que tanto você envolve os dois? - Kouga disse, irritado, se arrumando também para sair do provador, abrindo a cortina e a portinhola. O Garo dera de cara com todas as vendedoras da loja ali fora, junto de algumas clientes, todas olhando diretamente para onde os dois estavam.

Rei saiu atrás, dando um tchauzinho para o grupo de mulheres que pareceram enlouquecer, explodindo em risadinhas e gritinhos. Kouga segurou o outro pelo braço, saindo dali e indo direto para o carro.

            - Mulheres são assustadoras, às vezes. E eu preciso dizer, Kouga, não estou inventando quando falo sobre Leo e Tsubasa. Eu sei que eles são loucos por você e, sinceramente, não vejo nenhum problema nisso. Neles não. E no fundo você também gostaria de incluir os dois na família. - Rei disse, deixando que o outro o levasse, sem reclamar mais sobre nada.

            - E você não vê problemas nisso? - Kouga estava abismado,

            - Neles, não. Neles. Não vá pensando que irá ter a liberdade de incorporar qualquer um nesse relacionamento. Posso ser livre, mas tenho meus limites. - Disse, entrando no carro. - Agora eu vou precisar de um banho.

Kouga suspirou, sentando a direção e indo para a própria casa, olhando para a mão do Rei e lembrando da Shiruba.

            - Shiruba. - A voz do ruivo soou séria.

O medalhão até levou um susto, vendo que Rei também se tocara da presença deles apenas agora:

            - Sim, Kouga? - ela disse, hesitante.

            - Você está bem? - Rei olhara para o Kouga, inclinando a cabeça. Ele estava com medo de ter machucado seu medalhão. Zero sorriu, somente alguém como Kouga para achar isso.

Shiruba pareceu sorrir também, era por isso que todos se encantavam com Kouga. Por baixo daquela cara de poucos amigos, daquele jeito bruto e estúpido, ele estava sempre preocupado com quem estava ao seu redor.

            - Foi meio traumatizante, mas nada que irá me destruir. Quem deve estar mal é o Zaruba, ele não falou nada o dia todo. - Shiruba provocou o anel madou.
Kouga olhou para o próprio anel, vendo a cara de paisagem do mesmo. Zaruba abriu e fechou os olhos, ainda sem falar nada.

            - Nosotros podemos traumatizar el anillo. (Nós traumatizamos o anel) - Rei falara.
Kouga virou o rosto para o Zero, era aquela língua que ele havia falado na loja, quando ele gozara.

            - Espanhol, Rei? - Kouga perguntou surpreso.

          - Soy un hombre con muchas funciones y posibilidades, mi príncipe. (Sou um homem com muitas funções e possibilidades, meu príncipe) – Rei piscou, vendo o mais velho sorrir.

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O loiro sorriu, vendo o carro seguir caminho. Ao lado dele sua serva esperava, quieta. O horror caminhou até a loja, sentindo o cheiro que Kouga deixara no local.

            - Você escolheu muito bem, mestre. Com apenas um dia o cavaleiro makai já consegue emitir o mais doce dos aromas. Ele será forte o suficiente para os seus planos. - A mulher disse. Ela era muito bela, o longo cabelo ruivo caía em cachos grandes pelas costas.

O horror concordou com apenas um aceno, em breve ele colocaria as mãos sobre o cavaleiro dourado. Em breve.

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Gonza ouviu a porta, indo até ela para recepcionar o jovem patrão, vendo que ele não estava sozinho e parando, fazendo uma mesura para o cavaleiro makai Zero.

            - Bom dia, Gonza. - Rei dissera, sorridente.

            - Sejam bem-vindos, Kouga-sama, Rei-san. Deseja algo específico para o almoço? - disse pegando o casaco branco dele.

            - Faça mais que um doce, Gonza. - ele disse, levando o Rei consigo em direção ao quarto.

            -  Mais de um doce? Está bem. Precisa de mais alguma coisa? - Gonza perguntou.

            - Não, Gonza. Avise quando estiver pronto. - Kouga disse, seguindo em direção aos seus aposentos, levando o  Rei consigo, deixando um intrigado Gonza para trás.

Kouga entrou primeiro no aposento, deixando que Rei o seguisse, indo até seu banheiro privativo, abrindo a porta e olhando para o outro, que fez cara de conteúdo.

            - Você disse que queria um banho. - Mostrando o banheiro. Rei sorrira, e fez um sim com a cabeça. - Vou pegar algo que possa vestir, aqui.

            - Não se preocupe, uso essas mesmas roupas. - Indo para  o banheiro, olhando toda a casa ao redor.

Sempre que estava na casa do Kouga ele tinha a mesma sensação, era como se ele tivesse retornado no tempo. Eram tão parecidas, as casas. Talvez por serem de famílias tradicionais, com dinheiro, tanto a do Kouga quanto a da Shizuka. Ele olhou para o quarto, ricamente decorado se sentindo deslocado ali. Kouga era um príncipe, digno de ter uma princesa para um casamento sólido e eterno. Rei olhou para as próprias mãos, terminando de tirar a roupa e indo para o chuveiro. Ele sorriu quando sentiu braços envolverem sua cintura.

            - Né, Kouga-kun, acho que assim vamos atrasar o almoço por demais. - Rei falou com um gemido.

            - Gonza o manterá quente. - O mais velho disse, beijando a nuca do moreno, entrando com ele no banho.

Rei se virou, puxando o cavaleiro para um beijo mais apropriado, olhando o cabelo vermelho ficar molhado.

            - Mon beau Prince rouge.(Meu lindo príncipe ruivo) – Rei semicerrou os olhos, voltando a beijar o ruivo.

            - Com tantos nomes que você pode me chamar, por que mesmo ruivo? - Kouga disse, beijando devagar o pescoço do Rei.

Rei não respondera, puxando o outro para mais um beijo, fazendo-o esquecer por completo qualquer tipo de conversa. Gonza entrou nos aposentos do Kouga, não o vendo  em nenhum lugar, nem o Zero. Ouvindo barulho vindo do banheiro, o mordomo foi na direção da porta.

            - Eu se fosse você não entraria aí! - ele ouviu a voz do Zaruba falando, virando e vendo o anel em seu apoio, com Shiruba ao lado, também em um apoio improvisado.

            - Zaruba-san, você sabe o que está acontecendo? - Gonza perguntou.

            - Infelizmente, eu sei. - O  anel disse, irritando a Shiruba.

           - Deixa de tanto drama, Zaruba. A única coisa que aconteceu foi que eles finalmente decidiram dar uma chance ao sentimento deles. Parece até que você tinha um caso com o seu cavaleiro e ele o está traindo. - O medalhão disse, achando aquilo ridículo. Se alguém deveria ter crise de ciúmes ali era ela.

            - Ahn??? Como assim chance ao sentimento? Kouga-sama e Rei-san… - Gonza disse, alarmado.

            - Estão juntos, o cavaleiro dessa aqui levou o Kouga pra cama, o seduziu e agora eles estão juntos. - Zaruba falou, magoado.

            - O seduziu??? Você fala dele como se tivesse 10 anos de idade! - Shiruba disse, irritada.

            - Ele era inocente antes de cair nas garras do seu cavaleiro. - Zaruba disse, ainda mais exasperado.

Gonza observava a briga dos dois objetos, voltando a atenção para o barulho que escutava vindo do banheiro, o rosto do mordomo ficando avermelhado. Isso significava que eles estavam...

            - Hei, Gonza. Presta atenção no que perguntei. - Zaruba disse.

Gonza olhou para os objetos, lembrando-se do período em que Kouga terminara o relacionamento com a Srta. Kaoru. Apesar disso, eles se mantiveram bons amigos, sempre conversando, sempre se encontrando. Um dia ele havia escutado uma conversa entre eles sobre o Rei. Kaoru falara que desde que Zero entrara na vida de Kouga ele era mais feliz, sorria mais, que ele deveria dar uma chance.

            - Então era isso. - O idoso sorriu, aceitando a felicidade do rapaz que criara desde criança. - Zaruba, você deveria estar feliz, se Kouga-sama está. Não é isso que é importante?

            - Isso é importante, o mais importante, mas ele já me esqueceu antes por alguém que não gostava tanto quanto gosta do Zero. Não terei mais importância alguma, agora. - Zaruba parou, o anel ponderando, falando baixo.

            - Deixa de bobagens, seu velho besta. Ele sempre será seu cavaleiro, da mesma forma que Rei é o meu. Nada pode mudar isso. - Shiruba disse.

            - Concordo com Shiruba-san, nada poderá mudar isso e no final, foi graças ao Rei que você ainda pode chamar Kouga de seu cavaleiro. - Gonza terminou.

            - Verdade, foi Rei que pediu para o Guardião do Ocidente que desse um jeito no que sobrou do seu antigo corpo após a batalha com Messiah. - Shiruba se lembrou.

Zaruba deu um longo suspiro, ouvindo a porta do banheiro se abrir e um alegre, relaxado e meio molhado Rei sair de lá, envolto na toalha.

            - Ah, Gonza-san, desculpe. - o moreno disse, o cabelo ainda pingando.

Gonza sorriu, vendo Kouga sair logo atrás, olhando o rapaz parar e o observar.

            - Não se preocupe, Rei-sama. Vim apenas avisar que o almoço já está pronto, servirei assim que descerem. Com licença - Fazendo uma mesura e sorrindo para o Kouga, como se dissesse que estava tudo bem com a escolha de seu jovem patrão.

Kouga respirou aliviado, virando para o Rei e mostrando as roupas que estavam separadas, indo ate onde o anel estava e pegando Zaruba na mão. Zero ia reclamar, vendo o namorado com o Zaruba e sorrindo. Garo percebera, afinal, o motivo pelo qual o anel estivera tão quieto. Ele acabou pegando a roupa separada, indo terminar de se arrumar.

Gonza entrara novamente no recinto, trazendo em suas mãos um envelope vermelho, virando para o Rei e entregando outro para ele. O Senado deveria saber que estavam juntos ali. Kouga pegou o isqueiro com a chama madou, queimando o envelope e vendo as ordens aparecerem. Estavam ordenando para que ele fosse a Kantai para ajudar em um ritual. Rekka e Jabi também deveriam participar e seria o primeiro oficial que Rin participaria. Kouga deveria ir acompanhado do Zero, pois havia um risco grande de um ataque em massa de horrors.

            - Bom, agora vou precisar voltar para a casa e realmente trocar. - Rei disse, terminando de ler suas ordens.

            - Vamos comer e levo você lá, Rei. - Kouga respondeu, vendo o outro concordar, já transmitindo o que Gonza deveria fazer.

Rei sorrira, estava tudo indo como o planejado por eles. Kouga saiu do quarto, seguindo Gonza para terminar de passar suas ordens.

            - Espero que esteja preparado, Tsubasa. Realmente espero. - disse, pegando Shiruba e a colocando em seu lugar.

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Kantai estava como sempre. Os dois cavaleiros emergiram pelo caminho que somente eles poderiam seguir, olhando a floresta ao redor. Kouga caminhava ao lado de Rei, os dois conversavam sobre o que seria esse ritual e qual era o risco de ataque, encontrando a Sacerdotisa Garai que já os aguardava.

            - Kouga, Rei. Sejam bem-vindos. Meu coração fica mais leve ao saber que estarão aqui durante o ritual de amanhã. - A idosa disse, vendo os dois cavaleiros se curvarem em respeito.

            - Sacerdotisa Garai, é uma honra ajudar a Kantai, apesar de não sabermos direito o motivo para isso. - Kouga disse, levantando.

            - É como um ritual irmão da Submissão Demoníaca, realizado apenas pelas sacerdotisas. É muito importante, pois é através dele que fortalecemos a energia de quem participa. Meu temor é o de acontecer um ataque no momento mais crítico, quando estaremos todas ligadas no plano espiritual. - Garai respondeu.

            - Isso não será problema, estaremos aqui para protegê-las. Né, Kouga? - Rei disse, segurando o braço do outro que apenas concordara.

Garai sorriu, já sentindo a energia se aproximando, virando e vendo o Cavaleiro da Noite Branca surgir ali. Tsubasa sorriu quando viu Rei e parecia que seu sorriso era ainda maior para o Kouga.

            - Como o ritual é apenas amanhã à noite, vocês poderão descansar até lá. Tsubasa irá levá-los para a casa dele, lá terão mais privacidade. - A sacerdotisa disse aos cavaleiros.

Rei virou para o Tsubasa, o olhar deles se cruzando por instantes e Zero apenas fazendo um sim com a cabeça.

            - Tsubasa, é bom revê-lo. - Kouga disse, se aproximando do cavaleiro mais novo.
Tsubasa sorriu, indo na direção do Kouga como se fosse abraçá-lo, sendo interrompido por um grito feminino.

            - KOUGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - Na frente do cavaleiro branco uma jovem surgiu, o corpo pequeno e esguio, o rosto jovial lembrava o do cavaleiro de Kantai. Ela se jogou literalmente sobre o Garo, passando os braços ao redor de seu pescoço.

            - RIN. - Tsubasa disse para a irmã mais nova que se mantinha firme pendurada no pescoço do Kouga que apenas sorriu.

            - Tudo bem. Rin, não posso mais chamá-la de pequena, não é? Você cresceu muito, está mais forte. Uma sacerdotisa. - Kouga sorriu para a menina.

Rin sorriu feliz, soltando o cavaleiro, fazendo um sim com a cabeça, virando para o Rei e fazendo uma mesura.

            - Rei-san, olá. - A menina disse, sem se afastar do Kouga. Rei foi até ela, bagunçando seu cabelo.

            - Não precisa disso, Rin, somente Rei está bem, okay? E Kouga está certo, você se tornou uma bela mulher. - Rei viu a sacerdotisa corar.

Rin ficou encabulada, o rosto avermelhado, se escondendo atrás do irmão mais velho um pouco.

            - Agora ficou com vergonha? Não mereço. - Tsubasa disse, mais brincando do que falando sério para a irmãzinha.

            - Rin, você não deveria estar aqui. Deve permanecer em retiro até a hora do ritual, amanhã. - A sacerdotisa mais velha disse.

            - Ah, mas eu queria ver o Kouga! - A moça disse, olhando para baixo.
Garai sorriu, balançando a cabeça. Kouga sempre causava aquela mesma reação em todas as suas sacerdotisas.

            - Venha, deixe seu irmão cuidar dos dois cavaleiros. - Garai foi até Rin, conduzindo a menina até o local onde todas as sacerdotisas estavam.

Tsubasa observou as duas saírem, fazendo uma reverência. Ele sentiu a mão de Rei em seu ombro, virando para ele. Kouga observou os dois cavaleiros juntos, falando sobre amenidades, sobre o tempo que estavam no acampamento para treinamento de novos cavaleiros e quando participaram do torneio Sabak.

            - E eu ainda quero revanche. - Tsubasa disse, cruzando os braços e encarando o Rei.

            - Só para perder novamente. - Rei disse, entrando na brincadeira e cruzando os braços também, fazendo o mais novo dar risada.

            - Talvez o prêmio pudesse ser diferente, algo para motivar mais. - Kouga disse, não entendendo bem da brincadeira. Além de não estar lá, era proibido que Garo participasse do torneio.

Os dois cavaleiros morenos o olharam, Rei achando graça que logo Kouga pudesse pensar em algo assim. Se ele soubesse que seria o único prêmio capaz de superar qualquer outro. Zero olhou para o Dan, piscando. Aquilo já havia sido acertado também, não existiria competição entre eles. Não por Kouga.  Tsubasa desconversou, falando que era hora deles irem, levando os dois convidados para sua casa. Como todo o templo de Kantai, a casa do cavaleiro era simples, em estilo tradicional japonês. O mesmo mostrou onde os dois cavaleiros ficariam. Como não era uma casa grande, eles teriam de ficar no quarto que era da Rin, já modificado para acomodar os dois visitantes. Terminando de mostrar onde ficavam o banheiro, onde havia um ofurô.

            - Fiquem à vontade, vou ver o que há para o jantar. - Tsubasa disse, deixando os dois cavaleiros sozinhos.

Kouga fez um sim com a cabeça, olhando o cômodo e se ajoelhando. Fazia muito tempo que não entrava em uma casa tradicional japonesa, se ajoelhando próximo ao futon.  Rei virou em direção à porta.

            - Você vai aonde? - Kouga perguntou, achando estranho o outro sair.

            - Ver o resto da casa. Não se preocupe, volto logo. - Rei deu uma piscada, deixando o namorado com cara de paisagem.

Kouga balançou a cabeça, voltando a ver como era o quarto, ouvindo barulho atrás de si e vendo Tsubasa entrar.

            - Espero que gostem de Nabemono, é a melhor coisa que consigo fazer sem tentar envenenar alguém. - O rapaz disse, sorrindo para o Kouga.

Kouga se sentiu meio desconfortável, lembrando-se da conversa que tivera com Rei sobre o cavaleiro branco, levantando e indo na direção da porta.

            - Posso ajudá-lo, Gonza me ensinou algumas coisas sobre cozinhar. - Kouga passou por Tsubasa, sentindo o outro segurar seu braço e se aproximar.

            - Isso seria muito bom, você me ajudar. - O moreno falou, mantendo a mão no braço do Kouga.

            - Então, vamos. - Garo disse, tirando a mão do Tsubasa de seu braço de uma forma meio brusca e já indo na direção da cozinha.

Quieto em seu canto, mas observando tudo que acontecera, Rei suspirou. É, teria de usar outra forma para que Kouga cedesse. Pelo menos ele viera preparado para isso.

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Rei entrara primeiro no quarto, com Kouga logo atrás. O jantar havia transcorrido de forma quieta e normal, com algumas conversas esporádicas, principalmente entre ele e o Tsubasa, com Garo ficando calado a maior parte do tempo. O moreno esperou o outro fechar a porta e se dirigir ao seu futon, se preparando para dormir.

Kouga tirou o casaco branco, deixando ele dobrado e próximo ao futon, junto de sua espada e se preparava para tirar a camisa quando sentiu Rei o abraçar por trás, as mãos do cavaleiro prateado indo até o abdômen definido do namorado, passando os dedos na pele sensível ali.

            - Rei, o que pensa que está fazendo? - Kouga virou, perguntando para o outro, sendo respondido com um beijo longo e quente, correspondendo a ele sem pensar muito.

            - Kouga-kun, tanto tempo sem poder fazer isso, sem poder te beijar, te tocar. Você não imagina o quanto isso é difícil. - Rei falou entre o beijo, puxando o cavaleiro mais velho para o futon, subindo em cima dele, com as pernas abertas e encaixado em seu colo, rebolando devagar ali.

Kouga segurou o moreno no quadril, vendo as pupilas dele já dilatadas, o efeito sendo imediato para o Garo. O beijo ficou ainda mais selvagem e exigente, ainda mais profundo.
Rei segurou as mãos do mais velho, lambendo as duas palmas e os dedos dele, bem devagar, ficando satisfeito com o efeito provocado nele.

            - Né Kouga-kun, eu queria pedir algo, não sei se deixará. - O moreno disse, com o rosto mais inocente do mundo, mas o sorriso tarado de sempre estampado. Kouga apenas levantou a sobrancelha, esperando o mais novo terminar de falar.-  Você deixa que eu o amarre?

            - Me amarrar? De novo, quer dizer? - Kouga perguntou, meio ofegante.

            - Somente seus braços, com uma corda. Uma forma específica. Você deixa? Hum? Será que suportará eu podendo te tocar, te morder, te lamber inteiro e você somente podendo sentir, sem poder fazer nada além. - Rei foi dizendo, fazendo exatamente o que ele falava, tocando, mordendo, lambendo onde podia alcançar.

Kouga sabia que não negaria nada ao namorado e tinha certeza que ele também sabia disso, por isso pedia as coisas mais absurdas. Concordando com a cabeça e vendo o sorriso do Rei, Garo sabia o porque. Ele viu Rei se afastar e pegar algo em suas coisas, parecia ser uma faixa longa e comprida, branca. O moreno voltou, falando baixo em seu ouvido:

            - Kouga-kun, fique de bruços. - Rei sentiu até um nó na garganta vendo o mais velho o obedecer. Pegando a faixa que trouxera para isso, ele começou o trabalho de trançar a mesma pelos braços do cavaleiro, tomando cuidado para que ela não o machucasse, mas mantendo os braços firmes e presos em suas costas.

Quando terminou, Rei parou para admirar o seu trabalho, passando a mão pelo corpo de Kouga. Havia algo de imoral e perfeito na visão do cavaleiro dourado amarrado, totalmente à mercê dos seus desejos, isso ainda era enfatizado pelo fato que era da vontade do mais velho, que ele permitia que isso acontecesse. Que ele se entregava ao outro, sem pensar ou duvidar.

Virando o corpo de Kouga e o deitando de costas, Rei abrira e puxara sua calça, o deixando todo nu. Usando as mãos e as pontas dos dedos, ele percorreu cada centímetro do namorado, memorizando cada parte de seu corpo, sua pele, vendo ele se arrepiar, a respiração ofegar e se acelerar. Vendo ele cada vez mais excitado.

Rei sentira algo se espalhar em seu corpo, em cada fibra de seu ser, em cada célula. Ele conhecia bem esse sentimento, ele sabia bem o que o dominava, apenas não queria nomeá-lo. Era como se quando ele aceitasse, no momento em que confessasse… perderia tudo. Perderia… 

Zero retirou o pensamento, se fixando apenas na tarefa à sua frente: honrar e venerar cada parte do deus que estava em suas mãos. Se afastando um pouco, o moreno tirou a roupa que usava, voltando a deitar sobre Kouga, usando sua boca para continuar o trabalho que tinha começado com sua mão. Cada gemido que escutava era um incentivo a mais para continuar, descendo ate o baixo ventre dele e percorrendo a linha que dividia seu corpo com a língua.

Kouga fechou os olhos, aproveitando de cada sensação ao máximo, contendo um grito rouco e baixo quando sentiu a boca do Zero em seu sexo já duro. Era incrível o que ele podia fazer com aquela língua, com aquela boca, com aqueles dentes. Cada vez que ele raspava devagar os caninos na carne dura, era como se uma onda de choque percorresse a espinha do Garo. 

Kouga fora retirado dessa dimensão quando sentira o toque de mãos desconhecidas em seu corpo, abrindo os olhos e vendo que Tsubasa estava ali, sendo empurrado de volta para o futon por Rei.

            - O que.... Rei! - o mais velho não pode completar a frase, sendo cortada por um beijo do Zero.

            - Kouga, Kouga. Você pensa demais, se controla demais. Eu disse que não teria problemas, aliás, eu quero muito isso. - Rei falou baixo no ouvido do outro. - Você pode fazer isso por mim, meu príncipe? Veja o que lhe é oferecido, por livre e espontânea vontade. Tsubasa quer ser seu e eu quero que você o coma, o devore. Eu quero ver você e Tsubasa, quero que você o deixe de quatro e o faça gozar, quero que você dê a ele o amor que necessita. - Rei ia falando e o beijando, vendo a resistência de Garo ceder, pouco a pouco. Era um golpe baixo, ele sabia que o cavaleiro não iria negar nenhum de seus desejos, mas era a única forma dele entender que tinha o direito de perder o controle. Com eles.

Tsubasa se aproximou, ainda usava suas roupas, menos o casaco branco. O moreno tocou a face de Kouga com as mãos, havia entrega, desejo, luxuria em seus olhos. Havia amor e confiança. Havia apenas o reflexo do cavaleiro dourado neles. Rei se afastou de Kouga, pegando o outro cavaleiro pelo cabelo e puxando a cabeça dele para trás, começando a tirar sua roupa, empurrando o corpo menor contra o do Garo, deixando ele no meio dos dois.

Era mais do que obsceno os três juntos, com Zero indicando e ordenando onde Tsubasa deveria beijar, morder, lamber, a forma como ele deveria fazer. Kouga estava sendo atacado por todos os lados, pelos dois cavaleiros mais jovens e só o que podia fazer era permitir e aproveitar.

Rei voltara a chupá-lo, enquanto Tsubasa o beijava, alternando de vez enquanto. Quando o cavaleiro de Dan o colocara a primeira vez na boca, Kouga abrira os olhos para ver, observando sua ereção ser engolida por completo pelo mais jovem. A visão era tão debochada e quente. Sensual. Tsubasa tinha a elegância com que andava até mesmo na forma que o sugava. E a impetuosidade e arrogância.

            - Você quer tocá-lo, Kouga-kun? Quer colocar suas mãos nele? Segurar e puxar esse cabelo, fazer com que Tsubasa grite seu nome, várias e várias vezes? - Rei perguntara, vendo que Kouga tentava soltar seu braços, vendo ele concordar com a cabeça, puxando a ponta da faixa que o prendia, soltando ela e o deixando livre. - Tout ce que mon Prince désiré. (Tudo que meu príncipe desejar)

Kouga se soltou, tirando a faixa dos braços, deixando ela próxima ao futon e puxando o Tsubasa pelo cabelo, fazendo ele soltar sua ereção e o beijando. Garo ouviu a exclamação de surpresa do outro, não dando tempo para ele se recuperar e o jogando de encontro à cama, ficando por cima do corpo menor.

Tsubasa nunca imaginou que um dia fosse devorado vivo e que seria a melhor experiência de sua vida, mas era exatamente como ele se sentia com a boca e a mãos de Kouga percorrendo por todo o seu corpo e marcando sua pele. Ele abriu melhor as pernas, dando mais espaço e liberdade para o mais velho se aproximar.

Quando sentira os dedos do cavaleiro dourado procurar por sua entrada, um grito estrangulado escapou de sua garganta, arqueando as costas rapidamente, sem se afastar. Rei se aproximara deles, colocando nos dedos de Kouga o que parecia ser algum tipo de lubrificante, os dedos que apenas tocaram aquele local agora empurravam o caminho pelo canal apertado, fazendo com que lágrimas escorressem pelo rosto claro de Tsubasa, ouvindo Rei falar para que o outro fosse mais devagar.

            - Não, não.. quero que vá.. .devagar. Kouga, eu quero assim, eu quero.. ahhh... com força. - Tsubasa disse entre gemidos, a dor já virando prazer, os dedos em seu interior encontrando aquele ponto tão incrível, fazendo com que o corpo inteiro do mais jovem tremesse em espasmos.

Sendo colocado de quatro, com o rosto apoiado no colo do Rei, Tsubasa sentiu a invasão do sexo duro de Kouga, abafando o grito contra o abdômen do Zero, sentindo as estocadas levarem seu corpo para frente, os dedos do mais velho, cravados em sua cintura e marcando por completo a carne branca ali. Ele sentiu seu cabelo ser puxado enquanto o outro moreno o beijava e o masturbava com o mesmo ritmo em que era comido.

Tsubasa não tinha por onde escapar, era como estar entre duas muralhas, duas forças que queriam a mesma coisa, ele seguia por instinto os movimentos de Kouga, o ângulo da estocada sendo o correto, acertando sua próstata e o levando ao  orgasmo.

O Cavaleiro de Dan gozara na mão do Rei, seu corpo ficando mole entre os dois cavaleiros. Kouga segurara ele firme no local, dando beijos e lambidas subindo por sua espinha e deixando com que o rapaz recuperasse o fôlego. Zero fora até ele, puxando o rosto de Garo e o beijando, fazendo com que sua atenção fosse toda voltada para si. Kouga saíra de dentro de Tsubasa, sem cortar o beijo com o cavaleiro prateado, deitando ele de costas no futon ao lado do mais novo.

Tsubasa viu o outro moreno abrir as pernas e passá-las ao redor da cintura de Kouga, o beijo que eles trocavam marcando a pele, uma luta por quem seria dominado. Rei cravou as unhas na pele clara nas costas do namorado, deixando marcas longas e vermelhas nela, o cavaleiro prateado jogando a cabeça para trás quando fora invadido, sem nenhuma preparação.

Kouga estava fora de si, a única coisa que o interessava era estar dentro de Rei, mais fundo, mais rápido. Já não se importava que seria desagradável, de alguma forma sabia que era isso que Zero gostava, era assim que ele queria.

            - Ainsi, Kouga-kun ! Plus rapide, plus fort. Je veux vous en une seule pièce à l'intérieur de mon corps, je sens sa présence avec moi, jours plus tard, des mois plus tard.(Assim, Kouga-kun! Mais rápido, mais forte. Eu quero você inteiro dentro de meu corpo, quero sentir a sua presença comigo, dias depois, meses depois.) - Rei falava, já delirando, já perdendo a batalha. Sempre perderia para Kouga, para o que ele quisesse.

Zero devia saber o que falar em outros idiomas fazia com o cavaleiro dourado. Era enlouquecedor ouvir aquela voz linda, falando palavras obscenas em francês, espanhol. Kouga apoiou as mãos no futon, levantando o quadril do moreno e aumentando a força com que estocava. Tão próximo que ele podia ver o abismo, tão bom que era quase como morrer e acordar no paraíso. A descarga elétrica percorrendo sua espinha, explodindo em seu baixo-ventre e o fazendo perder o controle. A última coisa que vira e escutara era a voz de Rei, falando seu nome, sem parar.

Kouga deixou o corpo cair por sobre o do outro, ficando assim, levando uma das mãos até o corpo inerte de Tsubasa, ainda fora de si. Ele saiu de dentro de Rei, ouvindo o gemido de desconforto dele, deitando entre os dois morenos. Zero sorriu para o namorado, virando o corpo para ele, sem se importar que teriam de tomar outro banho, fechando os olhos e adormecendo, sentindo o perfume que vinha dos cabelos ruivos do Garo.

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Tsubasa fora o primeiro a acordar, o moreno estava deitado à direita de Kouga, a cabeça apoiada em seu braço, enquanto Rei estava à esquerda, com a cabeça sobre seu peito. O moreno sorriu, passando a mão pelo cabelo curto, bem bagunçado, sem acordar o mais velho.

Rei sentiu o movimento próximo, abrindo os olhos e vendo Tsubasa sentar no futon, sorrindo para as marcas na pele clara do Dan. Vendo que Kouga ainda dormia, Zero levantou devagar, tocando com a ponta dos dedos no ombro do outro e mostrando o banheiro, indo para lá.

Tsubasa entendeu o recado, saindo da cama e deixando Kouga dormir mais um pouco, entrando logo atrás do Rei. Eles ficaram se olhando, Tsubasa sem saber muito que falar, indo até o ofurô e o preparando.

            - Tsubasa, nada mudou do que foi combinado. Não entre nós, sabe disso. - Rei falara, vendo o mais novo arrumar as coisas para o banho.

            - Eu sei que não mudou e isso que não entendo, Rei. Eu não saberia dividir o Kouga assim, mesmo sendo vocês. - Tsubasa parecia preocupado.

            - Por isso sou eu que decido isso, né? Kouga será mais feliz assim. Conosco. Você, eu e Leo. Deveria estar feliz, Tsubasa. - Rei cruzou os braços.

            - Eu estou feliz, como não estaria? Amar o Kouga por tanto tempo, conseguir dormir ao lado dele, acordar com ele. Sentir ele em mim. - Dan fechara os olhos, mordendo os lábios. - Agradeço por você não ser tão possessivo, apenas não consigo entender como faz isso. E por que.

Rei apenas sorrira, indo ate o mais novo, segurando o rosto dele e o beijando bem de leve, aumentando a intensidade do beijo depois, se separando.

            - Vou ver se Kouga acordou, ainda quero algumas coisas. - Piscando para o outro que ficou vermelho e saindo.

            - Tarado. - Tsubasa disse, mas sorrindo. Também queria muitas outras coisas.
Rei entrou no quarto, vendo o namorado ainda dormir, indo até ele e o beijando, o cabelo negro e longo caindo sobre o rosto dos dois, sentindo os braços dele ao redor de sua cintura.

            - Buenos días, mi príncipe. Es hora de despertar y prestar atención a nuestro bebé. (Bom dia, meu príncipe. É hora de acordar e dar atenção ao nosso bebê.) - Rei falara, em tom divertido.

            - Tsubasa é nosso bebê, é? Acho que eu não faria nada do que fiz com um bebê. - Kouga disse, bem-humorado.

            - Forma de dizer, apesar de que o bebê será o Leo, esse deve ser manhoso igual um. Ou melhor, acho que é o Tsubasa mesmo, Leo é muito bonzinho para ser manhoso. - Rei disse, após ponderar um pouco.

Kouga deu risada, olhando sério para o Rei, segurando o rosto dele com as mãos:

            - Rei, isso.. é sério. Você quer isso mesmo? Eles comigo? Conosco? - O Garo disse, sem desviar o olhar do moreno.

            - Sim, eu quero. Depois, depois você entenderá, mas foi uma promessa, Kouga-kun. E eu cumpro minhas promessas. Eles te amam, merecem ter você ao lado, também. E quem mais seria capaz de nos amar senão o grande Garo? - O moreno falara, dando um beijo longo no outro e levantando. - Por isso vamos, você tem um encontro com um ofurô, eu e Tsubasa.

Kouga levantou atrás, sendo puxado pelo Rei, balançando a cabeça e o seguindo até o banheiro.  Seria um encontro divertido, pelo visto. Pelo menos para ele.

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Continua.



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