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Doce sonho (ou um lindo pesadelo)

Capítulo 6 - Don't let go (love)


Kouga puxou o ar, colocando a mão no pescoço. Ainda conseguia sentir o cinto ali, apertando. Ele virou a cabeça vendo que estava em um quarto. No quarto do Rei. Viu que Zaruba estava em seus dedos e que ainda  era madrugada. Sentiu o corpo doer e latejar, vendo as marcas roxas por todo ele. Rei estava ao seu lado, ainda adormecido e todo vestido. A roupa dele estava molhada e suja, o rosto parecia marcado. Ele estava chorando?

            - Kouga, você está bem? - A voz de Zaruba soara pelo quarto, trazendo o cavaleiro de volta à realidade.

            - Não se preocupe comigo, Zaruba. Estou ótimo. - Ele respondera, ouvindo a voz da Shiruba.

            - Kouga, não culpe Rei. Eu sei que ele nunca o machucaria. - Ela respondeu tentando proteger o próprio cavaleiro adormecido.

Kouga suspirou, retirando devagar a luva de Rei, fazendo com que ele acordasse. Era até sufocante o silêncio entre eles, os dois apenas se olhando. Zero esperava pela reação do ruivo, esperava pelo fim de tudo. O cavaleiro prateado viu o Garo deitar entre os seus braços, o rosto tão próximo. Podia sentir o cheiro dele, o cheiro doce de vanilla, mas agora era diferente. Por que era diferente?

            - Rei, olhe pra mim – Zero ouviu o namorado dizer, prestando atenção nele. - Eu já disse antes e repito, te dei a permissão. Você tem o direito de perder o controle, comigo. Comme vous l'avez dit: je ne suis pas si fragile, ma princesse. (Como você disse: não sou tão frágil, minha princesa.)

Rei arregalou os olhos puxando Kouga para si e o beijando sem falar nada. Nem ligara em ser chamado de princesa, nem ligara da brincadeira. Kouga o havia perdoado, estava tudo bem. Ele se afastou quando o ruivo começara a retirar suas roupas, tirando Zaruba do dedo e o colocando junto a Shiruba na mesa ao lado, voltando para o Zero, entrelaçando as pernas com as dele.

Ficaram assim por um bom tempo, Rei apenas o abraçando, dando leves beijos em cada machucado que deixara no ruivo, o virando na cama e vendo as cicatrizes ali. Rei passava a ponta dos dedos por cada uma delas, se fixando na maior. Sabia da história por trás daquela cicatriz, Kouga havia contado para ele quando começaram a dormir juntos.

Zero começou a beijar a marca nas costas do amante, como se tentasse apagá-la, amenizar a dor que ela ainda trazia para ele em sua memória. Ouvia os gemidos do Kouga como um incentivo, voltando e o beijando devagar. O toque sedoso da língua dele em sua boca, o gosto dele.

            - Kouga, eu… - o moreno mordeu os lábios, falando devagar no ouvido do ruivo. - Faire l'amour pour moi, mon Prince. M'aimer et me faire oublier ce que j'ai fait. (Faz amor comigo, meu príncipe. Me ame e me faça esquecer o que te fiz.)

            - N'importe quoi vous demandez, tout ce que vous voulez, ma princesse. (Faço tudo o que pedir, tudo o que desejar, minha princesa.) - Kouga dissera, puxando Rei para si, o beijando com mais fome.

O ritmo era lento, devagar. Era quase uma poesia recitada através de seus corpos. Kouga não tinha pressa em tocar, beijar e saborear cada parte de Rei, ele aproveitava para explorar como nunca havia feito  antes o corpo do moreno.

            - Rei, você se lembra da nossa primeira noite juntos aqui, nessa cama? - O ruivo dissera, entre os beijos que dava. - Eu o beijei em um lugar onde disse que ninguém havia beijado antes, lembra?

Rei fizera um sim com a cabeça. E como esquecer? Como esquecer tudo que acontecera naquela noite?

            - E você tinha colocado uma música, disse que combinava com a situação. Ainda tem essa música? - Garo perguntara, vendo a afirmativa do outro que se virou na cama, pegando algo em seu casaco e ligando. Era um aparelho celular.

A música começara, a mulher cantava sensualmente, o baixo dava o tom melancólico e quente, quase desesperado. Kouga deixara o aparelho de lado, ouvindo a letra, se perdendo no corpo esguio e sedutor do moreno.

What's it gonna be 'cuz I can't pretend
Don't you want to be more than friends
Hold me tight and don't let go
Don't let go
You have the right to lose control
Don't let go

I often tell myself that we could be more than just friends
I know you think that if we move too soon it would all end
I live in misery when you're not around
And I won't be satisfied till we're taking those vows

There'll be some love makin', heart breakin', soul shakin' love
Love makin', heart breakin', soul shakin'...

Rei arqueou as costas, puxando mais ainda o corpo contra o do namorado, deixando o cabelo se espalhar no colchão, gemendo e falando em várias línguas enquanto o outro o explorava. Peito, torço, abdômen, baixo-ventre. Sentiu ele lamber e beijar a área de dentro de suas coxas, o nariz esbarrando nos pelos de seu sexo. Kouga dera uma sugada nas bolas do Rei, arrancando um pequeno grito dele, voltando a atenção para a outra coxa, o virando na cama e o deixando de bruços.

Rei sabia o que o ruivo queria, sabia o que ele faria. Nunca permitira alguém fazer aquilo consigo, Kouga tinha de ser o primeiro e único capaz disso. Empinou a bunda, como se o convidasse, dando toda a permissão que podia ao amante. Ele sentiu o toque úmido da língua dele em seu rego, subindo pela linha da coluna e voltando, ele enterrando o rosto ali entre as ancas claras.

What's it gonna be 'cuz I can't pretend
Don't you want to be more than friends
Hold me tight and don't let go
Don't let go
You have the right to lose control
Don't let go

I often fantasize the stars above are watching you,
They know my heart, it speaks to yours like only lovers do
If I could wear your clothes I'd pretend I was you and lose control

There'll be some love makin', heart breakin', soul shakin' love
Love makin', heart breakin', soul shakin'...

Kouga lambia e beijava cada parte ali, deixando as pregas molhadas por sua saliva, o buraquinho rosado piscando devagar, voltando e dando várias mordidas leves na bunda redonda e perfeita do cavaleiro. Rei era lindo, maravilhosamente perfeito, mas Kouga tinha uma tara, um desejo por aquela parte dele. Era redonda, macia, tão deliciosa.

            - Kouga, eu quero você agora. Agora, por favor. Agora. - Rei não queria esperar mais, queria tanto Kouga dentro de si, o preenchendo por completo.

Concordando com o moreno, Kouga fora até a mesinha onde tinha deixado o lubrificante. Desde que começara aquele relacionamento, o ruivo aprendera a sempre ter em mãos um pote de creme ou óleo, qualquer coisa que pudesse usar. Rei não era conhecido pela paciência em esperar.

Ele derramou o líquido em suas mãos, passando por toda a sua ereção, virando o cavaleiro de frente pra si. Queria ver seu rosto, queria ele bem perto naquele momento. Deslizou o sexo duro dentro do canal, o penetrando lentamente, bem devagar, ouvindo o suspiro de satisfação dele quando se viu todo envolvido ali.

What's it gonna be 'cuz I can't pretend
Don't you want to be more than friends
Hold me tight and don't let go
Don't let go
You have the right to lose control
Don't let go

Runnin in and outta my life
Has got me so confused
You gotta make the sacrifice
Somebody's gotta choose
We can make it if we try
For the sake of you and I
Together we can make it right

Rei entrelaçou os dedos com os de Kouga, puxando o quadril dele com as coxas, começando a rebolar abaixo do ruivo, os dois se movendo juntos. Cada estocada, cada vez que Zero rebolava, cada vez que seus corpos se chocavam, era seguido por um beijo, por um gemido, por um nome. Kouga. Rei. Era o mantra que ambos repetiam, seguindo sem parar até o êxtase. Zero fora o primeiro a cair naquele abismo tão profundo do prazer, o orgasmo o levando até quase perder o senso da realidade, sentindo Garo logo atrás, ficando assim, quietos. O cavaleiro prateado não queria se mover, não queria perder o peso do ruivo sobre si, dentro de si.

(Can't keep a running)
(In and outta my life outta my outta my life)
(You've got the right, you've got the right, I said ayou've got the
right to loooose controol yeah)

Sentia o cheiro de vanilla, tinha medo de perder o controle novamente, tinha medo de machucá-lo novamente. Kouga saiu de cima do Zero, saiu de dentro dele, deitando ao seu lado e o vendo tremer, sem entender.

            - Rei, o que foi? Eu o machuquei? - disse, abraçando a cintura do moreno que fez um não com a cabeça.

Como ele falaria aquilo? Estava prestes a perder de novo a cabeça e devorar o outro, com violência, querendo o gosto do sangue dele. Rei sentiu a vontade começar a diminuir, começar a desaparecer aos poucos.

            - Não, não machucou, mas eu vou fazer isso com você, Kouga. Eu vou estragar tudo. - O moreno dissera, escondendo o rosto contra o peito do outro, ficando quieto ali.

            - Você não ouviu a música? - Kouga disse, o abraçando, deixando ele entre seus braços. - Eu lhe dei toda a permissão para perder o controle.

What's it gonna be 'cuz I can't pretend
Don't you want to be more than friends
Hold me tight and don't let go
Don't let go
You have the right to lose control
Don't let go

Don't let go
Don't let go

What's it gonna be 'cuz I can't pretend
Don't you want to be more than friends
Hold me tight and don't let go
Don't let go
You have the right to lose control
Don't let go

What's it gonna be (don't let go)
Don't you want to be (don't let go)
Hold me tight and don't let go (don't let go)

Rei não respondera, fechando os olhos e voltando a adormecer, embalado pelo barulho do coração de Kouga.

***************************************************************************************************

O toque suave em sua cintura, sem pressa ou demanda. O beijo era suave, reconfortante, delicado. Os lábios deslizavam devagar, acompanhando a dança das línguas. Os dois cavaleiros estavam assim há horas, apenas aproveitando um do outro. Tsubasa fora o primeiro a se afastar, passando o polegar pelos lábios do Leo, dando um último beijo nele que apenas o abraçou apertado. A noite fora difícil e longa, preocupados com Kouga e Rei, os dois morenos não conseguiam adormecer ou descansar, mesmo estando os dois esgotados pela magia usada anteriormente.

O beijo se iniciara sem querer e continuara até os dois adormecerem. Fora bom acordar juntos, em um abraço intimo e acolhedor, fora bom saber que estavam ali, um pelo outro. As diferenças passadas e resolvidas, a cumplicidade de amar ao mesmo homem, o carinho e respeito que tinham um pelo outro.

            - Hum-hum - Os dois se viraram para a porta, vendo Jabi ali parada, com uma expressão divertida no rosto. - Acho que os dois estão bem, pelo visto.

Leo sentira o rosto esquentar e vendo o mesmo acontecer com Tsubasa. O monge levantou da cama, pegando a blusa que usava. Pelo menos não estava totalmente nu, ou seria ainda pior a vergonha sentida.

            - Que lindos, envergonhados. - A sacerdotisa brincou indo até a cama e colocando um braço ao redor dos ombros de Tsubasa. - Imagino o quanto Kouga não se diverte.

            - Jabi! - Rekka veio atrás da morena, balançando a cabeça e voltando para os cavaleiros.- Rin preparou algo para comerem, venham.

Jabi deu uma risada baixa, seguindo com a outra sacerdotisa. Tsubasa viu as duas mulheres saírem, virando para o Leo, o observando terminar de se arrumar.

             - E agora? - O monge perguntou para o pensativo cavaleiro.

Não que houvesse algum problema que mais alguém soubesse deles, mas não tinham falado com Kouga sobre isso. Não sabiam se ele queria que todos soubessem do caso entre eles. Bom, não havia o que se fazer no momento. Terminou de se arrumar, saindo com Leo e indo até onde as mulheres estavam conversando. Eles comeram quietos, nenhuma palavra dita, apenas os olhares que as três sacerdotisas trocavam e o nervosismo crescente entre os dois cavaleiros.

            - Olha, odeio isso. Acho que vocês precisam se lembrar de que cresci ao lado do Kouga e sei como ele pensa. Sei bem mais do que vocês imaginam. - Jabi finalmente dissera, olhando para os dois morenos. - E nem vou começar sobre o fato de ter algum sentimento por ele. Né Rekka?

            - Hunf. - Rekka deu de ombros, a cara séria - É o Kouga, não é?

            - Impossível não amá-lo de alguma forma. - Rin terminara, sorrindo. - Ou ao Rei. - A menina ficara com o rosto avermelhado.

            - …. Oi? - Tsubasa olhava a irmã com os olhos arregalados. Como assim ao Rei?

         - O negócio é: se estão felizes e todos estão de boa, quem criticaria? Hei, eu adoraria participar da coisa, mas sei que Kouga não estaria bem interessado nisso. - Jabi comentou.

            - O que leva a pergunta certa já que vocês estão meio com cara de enterro desde que chegaram: estão felizes ou isso é só na nossa cabeça? - Rekka dissera, colocando a xícara de chá vazia na mesa.

            - Na minha cabeça poder dormir com o Kouga todas as noites já é motivo de felicidade. Se ele ainda fizer o que todos imaginam, então… - Jabi falara, sonhadora. - Ele deve ter a pegada, né? Meio selvagem, mandão, tipo dominador. Que te segura na cama e...
            - Então! Como eu falava - Rekka cortara a amiga e instrutora, voltando para os rapazes. - Como estão as coisas?

Os dois cavaleiros suspiraram, já que pelo visto não havia muito jeito de sair dali sem falar algo nada melhor do que a verdade. Leo olhou para Tsubasa, tomando a iniciativa e falando o que estava acontecendo, não com tantos detalhes, mas deixando a insegurança e incerteza entre eles, o clima estranho por causa de Rei e umas dúvidas que pesavam sobre a cabeça do monge.

            - Isso realmente é esquisito, Kouga não aceitaria tudo isso de boa sem ao menos levar vocês em um canto e dar uns tapas, entre outras coisas. Ele nunca fora muito paciente e nem o melhor para reconfortar alguém. - Jabi dissera. - Acho que tem razão em se preocupar, Leo. Também achei a energia dele esquisita.

            - E o cheiro de lavanda, também. - Rekka completara, vendo os olhares curiosos dos outros. - Claro que vocês não sentiram isso, é o meu cheiro favorito. Jabi havia sentido cheiro de chocolate vindo dele e Rin o de flores do campo. Cada um sente o que mais gosta, mas a fonte é a mesma: Kouga. Shiguto também sentira a mesma coisa e foi por isso que toda aquela confusão aconteceu. - Ela terminou já vendo a cara de raiva do Tsubasa e sorriu. Ciumento.

            - Sim, eu já estava achando estranho por outros motivos. Coisas que nunca pensaria em fazer ou pedir. - O monge dissera, desviando o olhar. - Elas ficaram fáceis de serem proferidas ou realizadas.

            - É? Como o que? Você pediu para ele te amarrar? Ai! Rekka! - Jabi levou a mão ao braço onde a outra havia dado o tapa.

            - Bom, o interessante seria agora vocês fazerem algo para alegrar o Kouga, né? Depois de tudo isso que falaram, ele me parece pra baixo. - Rin dissera, tentando não pensar no irmão, o Garo e qualquer coisa que envolvesse cordas.

            - Tipo, sexo em grupo e selvagem. - Jabi dissera, sonhadora.

          - JABI. - Rekka e Rin falaram ao mesmo tempo, os dois cavaleiros até mudos de tanta vergonha.

            - Okay, okay. Que tal… - A morena começou a pensar, sorrindo depois. - Se vocês dançarem para ele? Algo quente, sensual. E filmassem. E mandassem o filme para nós.

            - Nessa eu vou concordar, na dança. E na filmagem também. - Rekka completara.

            - Tipo, uma noite para o Kouga. Um jantar, a dança e o que quer que vocês queiram fazer depois. - Rin completara, sem falar nos detalhes.

            - E quanto ao outro assunto, acho que podemos realizar um feitiço para descobrir o que está acontecendo, Leo. - Jabi dissera, vendo o monge concordar.

            - Estava pensando em fazer isso, mas é algo que precisará de tempo e preparação. - Leo respondera pra Jabi.

            - Isso deixa com a gente, vocês se preocupem em ensaiar e deixar Kouga feliz. - Jabi dissera, sorrindo. - Eu, Rekka e Rin começaremos os preparativos para o encantamento.

As três sacerdotisas sorriram e concordaram, vendo os dois morenos agradecerem.

            - Nem agradece agora, deixa a gente chegar lá. Aí vem os agradecimentos, tipo alguns filmes, vídeos. - Jabi dissera, o sorriso debochado no rosto.

            - Imaginava. - Tsubasa dissera com cara de tristeza, mas sorrindo.

           - Ótimo, decidido. - Jabi levantara, fazendo as outras a seguirem. - Boa viagem de volta para os dois. Não esqueçam de filmar tudo!

Tsubasa recebeu um beijo da irmã, se despedindo dela. Ele virou para o Leo, decidido a seguir em frente, só esperava que Kouga não achasse aquilo tudo ruim. E também, o que Rei faria quando soubesse dos planos.

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Rei colocou suas espadas dentro da capa, caminhando pela casa. Já tinha treinado, já tinha comido, já tinha dormido novamente. Kouga havia ido até o Senado relatar o que tinha acontecido na noite anterior. Quer dizer, nem todos os detalhes do que havia acontecido, enquanto Rei passara em seu cão de guarda, purificando suas lâminas dos horrors já abatidos. Ele ainda carregava o peso do que fizera na cabeça, na alma. Garo o havia perdoado, havia lhe dado toda a permissão que existia, dissera que ele poderia perder o controle quando desejasse, mas ainda assim não conseguia esquecer o que acontecera naquela casa abandonada.

Até Shiruba parecia preocupada quando o cavaleiro começara a explicar o que acontecera. A falta de controle, o desejo selvagem pelo sangue do ruivo. O cheiro que parecia dominá-lo,parecia deixar seus sentidos entorpecidos e os instintos mais primitivos à tona. Tinha sido diferente depois, tinha sido como fora no início entre eles. Forte, sim, intenso. Como tudo que envolvia os dois cavaleiros, o sexo entre eles era exigente, um pouco bruto, muito quente, mas nunca violento daquele jeito. Kouga era uma forma de paixão, carinho e prazer que caminhavam juntos, mas não o quase estupro que realizara durante a caçada.

Queria fazer alguma coisa para o Garo, queria mostrar de alguma forma o que sentia sem precisar de palavras, sem precisar confessar o que não admitiria para ninguém, nem para si mesmo. Fora retirado desses pensamentos pelo barulho em sua porta, vendo Tsubasa e Leo entrarem, sem cerimônia alguma.

            - Estão inteiros, o que indica que foi tudo bem em Kantai. - Rei falara, vendo os dois morenos sentarem à sua frente, bem sérios. - Começo a me preocupar agora ou devo só negar?

        - Rei-san, temos algumas coisas para conversar. - Leo dissera, vendo Tsubasa apenas concordar. - Escute tudo e depois pense se nos matará ou não.

            - Okay. Podem começar. - Zero começou a ouvir o relato dos dois, a conversa com as sacerdotisas, a preocupação de Leo e as teorias sobre o Kouga, sobre o que estava acontecendo, chegando finalmente ao plano para alegrar ao Garo.

Rei ficara pensando. Não era o único que sofria aquelas mudanças de comportamento, nem o único preocupado com isso. Ele pensou na sugestão da Jabi e sorriu, aquele sorriso tarado que só ele mesmo poderia ter, o plano já elaborado na cabeça.

            - Dançar, né? Tenho algumas ideias. - Zero dissera, batendo as mãos.

            - Isso eu vou querer ver. - Eruba falara, cortando o silêncio dos objetos.

            - Ah sim, Zero é muito bom quando dança. - Shiruba falara, fazendo os outros dois soltarem uma expressão de surpresa.

            - Confio mais no Tsubasa. - Goruba falara, arrancando uma exclamação de indignação das outras duas.

            - Você não viu Leo-kun movendo o corpo, Goruba. - Eruba reclamara.

            - Nem o Zero, com certeza ele é bem melhor que o seu. - Shiruba falara, indignada.
Os três cavaleiros se olharam, sem acreditar naquela discussão absurda.

            - Bom, Kouga deve ficar fora o dia todo, o que dará tempo para decidir o que fazer. - Rei disse, pegando o celular de dentro da sua capa. - Vamos começar com a música e ver como é que vocês são rebolando. Bom, na dança. Do outro jeito eu já sei.

Tsubasa nem teve tempo de responder, sendo puxando e arrastado pelo Rei em direção ao salão que usava para treinar. Leo olhou pra cima, pensando que aquilo era, na realidade, uma péssima ideia, mas seguindo os outros dois.

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Kouga ainda aguardava o final da reunião com Grace e os membros do Senado, o cavaleiro estava sentado em um dos pontos do castelo, o pensamento longe.

            - Kouga. - ouvira a voz de Zaruba, prestando atenção no anel. - Isso não está certo. Eu não gosto do que está acontecendo, não gosto da maneira que ele o está tratando.

            - Zaruba, você resolveu pegar no pé de Rei.… - Kouga respondeu ao seu anel.

            - Não, eu não tenho nada contra o Zero, mas não queira que fique calado depois do que aconteceu. - Zaruba interrompeu o cavaleiro, a voz firme. - Sua felicidade sempre foi o mais importante e isso não o está deixando feliz. Essa situação toda, esse relacionamento com os três, não é o que você queria.

            - É o que Rei quer, Zaruba e isso basta. Eu gosto de Tsubasa e Leo e sei que eles me amam, mas é dessa forma que Rei quer. Sei muito bem que se não for do jeito que ele quer, não será de nenhuma forma. O que seria pior? Uma vida com os três ou uma vida sem o Rei? - O ruivo falara devagar. - Depois do que a Kaoru disse aquele dia, a forma com que eu realmente tratava as pessoas ao meu redor... Estou cansado dessa solidão, Zaruba.

            - E por isso você aceitará a forma como foi tratado ontem? - Zaruba estava cada vez mais irritado e preocupado.

            - Vou aceitar e ver até quando isso vai, Zaruba. Eu não posso perdê-lo. Não posso perder os três agora. - Kouga viu que o anel ia replicar, o impedindo. - Deixe isso quieto e comigo, Zaruba. Não se preocupe.

Zaruba suspirou, sabendo que aquela discussão estava encerrada, vendo Grace se aproximar e Kouga levantar.

            - Kouga-san, tudo está conforme foi relatado e já resolvido. Você deve seguir para a área norte e verificar um possível portal aberto. - Ela entregou as ordens e saiu.

Kouga olhou para o papel em suas mãos, aquilo ia levar bem mais que o dia todo. Saindo do Senado, ele pegou o telefone ligando para Gonza e fazendo um pedido para ele. Queria poder ir até Rei, saber se Tsubasa e Leo já haviam chegado e como eles estavam, mas não tinha como fazer isso agora. O ruivo teria de esperar para acalmar as dúvidas no seu coração.

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Leo olhava incrédulo para o Rei mostrando as músicas para eles ensaiarem e dançarem para o Kouga. Zero estava com Tsubasa e tentava fazer com que se movesse corretamente com aquela música.

            - Ah, qual é, Tsubasa. Eu já vi você fazendo bem melhor que isso, é a mesma coisa só que com roupa! - Rei reclamava, segurando o quadril do cavaleiro de Dan.

            - Essa música que você escolheu não ajuda em nada, Rei! - Tsubasa respondeu, nervoso.

            - Como assim? Single Ladies já é um clássico. Olha, vou mostrar novamente. - Zero disse, voltando a música e seguindo a letra, movendo o quadril de forma sensual de um lado para o outro.

Tsubasa suspirou, começando a seguir o que Zero fazia, melhorando o gingado das ancas, conseguindo até fazer a tremidinha no refrão.

            - Isso, assim mesmo. - Rei disse, cantando com a música. - If you liked it Then you should've put a ring on it If you liked it Then you should've put a ring on it Don't be mad Once you see that he want it If you liked it Then you should've put a ring on it. - Agora você, Leo. Eu sei que não entendeu nada do que cantei, mas apenas siga o ritmo.

Leo respirou fundo, movendo o corpo, seguindo o que os outros dois fizeram. O movimento tão perfeito que até fizera com que os dois parassem.

            - Eruba tem toda a razão, o que é isso Leozinho? Isso é que é rebolar. - Rei soltara um assobio, deixando o monge praticamente roxo. - Vamos trocar a música, então. Ver se vocês rebolam em algo mais quente.

Rei colocara outra música, um som meio árabe, meio eletrônico, meio antigo.

          - Sem prestar atenção na letra, sigam apenas a melodia. - O moreno disse, movendo o quadril, quase como se pudesse realmente saber dança do ventre. - Ah, desculpem, depois eu explico a letra. - Zero vira a expressão de paisagem dos dois no comentário sobre a letra, expressão essa que mudou depois.

Tsubasa e Leo ficaram de queixo caído. Rei movia devagar apenas o quadril, era tão perfeito, tão quente. E como assim prestar atenção na letra? Eles não entendiam nada daquela língua estrangeira.

            - O que? - Rei olhava para os dois sem entender o espanto deles.

          - Você já fez isso antes, Rei? Tipo, profissionalmente? - Tsubasa perguntara, sem perceber a bobagem que havia dito.

            - Claro, stripper e garoto de programa estão no meu C.V. - Rei respondera, piscando para o mais novo que ficara roxo.

            - Não era isso que eu queria falar, é que você ah… dança muito bem. E você sempre distorce o que falo! - Tsubasa já se enfurecia, fazendo um bico, tirando uma gargalhada do mais velho.

            - Ai deuses, bico não. Kouga é o único com paciência aqui pra isso. Eu entendi e não, apenas gosto de dançar. De qualquer forma, precisamos achar a música certa para essa dança e ensaiar em cima dela.

            - E você tem quantas músicas? - Leo olhava para o aparelho de celular, vendo Rei o pegar e começar a mostrar o que tinha dentro.

Os três ouviam um pedaço de cada uma com Zero traduzindo cada letra já que os dois não entendiam nada. Eles iam escutando sem se interessar por nenhuma até que Tsubasa segurara o braço do Rei, chamando a atenção para uma que passara.

            - Volte essa que tocou agora. - A música começou a tocar novamente, fazendo com que os três escutassem a letra e sua tradução.

Foram tirados dos pensamentos pelo toque de mensagem do aparelho, Rei olhando o que estava escrito.

            - É do Kouga. Atenda a porta? - Zero foi até a porta da casa, a abrindo e vendo Gonza ali parado com uns pacotes. - Gonza?

            - Ah Rei-sama. - O mordomo fez uma reverência, entregando para o cavaleiro os pacotes que tinha nos braços. - Kouga-sama estará ocupado e não sabe a hora que retornará, pediu para entregar isso a você e aos outros.

            - Então, entre Gonza. - Rei segurou os pacotes nos braços.

            - Não, não. Preciso retornar para casa, Rei-sama. Obrigado pelo convite, mas tenho alguns deveres em casa. - O mordomo se curvou, indo embora.

Rei agradeceu, se despedindo. Ele entrou com as caixas, as colocando sobre a mesa de centro, vendo os outros dois cavaleiros ali.

- Era o Gonza, ao que parece Kouga demorará e mandou que ele entregasse isso para nós. - Disse olhando a caixa com o nome do Leo e a entregando, fazendo o mesmo com a do Tsubasa e abrindo a que estava em seu nome.

Ele observou o rosto do Dan ao abrir seu pacote e ver o conteúdo nele. Dentro dela tinham pequenos morangos banhados no chocolate e imitando pequenas taças, cheios de chocolate e creme. Rei abriu o próprio pacote e encontrou pequenas tortas de morango, seu doce favorito. Ele ficara sem fala, lambendo os lábios. Em cada uma das caixas tinha a comida favorita deles, vendo Leo ficar corado ao pegar os cupcakes red velvet com a mão.
Rei pegara o pequeno cartão que estava dentro da caixa, lendo a única palavra ali escrita, sentindo a onda de emoção o dominar aos poucos: Ma princesse. (Minha princesa.) Zero olhou para os outros e viu que cada um recebera um cartão com algo escrito, os dois ficando calados. Ele queria saber o que estava escrito no deles, saber o que o ruivo escrevera para deixar os dois assim, mas não tinha como perguntar. Kouga continuava o mesmo príncipe, para ele e para os outros. E isso ainda aumentava o peso do que estava acontecendo. Rei pegara os doces, comendo um, apreciando o sentimento que não queria nomear percorrer pelas veias no seu corpo.

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River se ajoelhou diante Sheloh, o loiro levantando o rosto para a ruiva.

            - Mestre, a experiência foi um sucesso. O feitiço teve o efeito que desejara após o ataque dos horrors. -  Ela disse, fazendo o loiro sorrir.

            - Mesmo? Por tão pouco? E como Zero se portou? - Sheloh perguntou interessado.
            - Melhor do que o esperado. Ele foi dominado pelo cheiro produzido pelo Garo.  Por completo. Tinha toda a razão, mestre. O cavaleiro dourado será a chave para a nossa vitória. - River respondeu.

            - Eu sempre tenho razão, River. Sempre. Esse cavaleiro dourado não é como os outros, não é igual a nenhum outro. Quando quebrar seu espírito e vontade e o fizer meu escravo, a vitória será nossa. - Sheloh fechou os olhos já imaginando.

            - E agora? - Ela perguntou, já se levantando.

           - Agora só precisamos aguardar até o momento em que Garo não terá mais forças para chamar sua armadura. - Sheloh sorriu. O horror estava muito feliz com tudo dando certo.

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Tsubasa caiu no chão, cansado. O cavaleiro estava suado e já não conseguia mais mover o corpo. Ele olhou para os dois companheiros que pareciam da mesma forma que ele. Terminara de comer o doce que recebera do Kouga. Não eram os seus favoritos, mas só o fato dele ter se preocupado em mandar algo já o deixara feliz. Junto havia um cartão e um tipo de recado do ruivo que fez o cavaleiro branco ficar corado: comporte-se. Voltaram para o salão depois, escolhendo a música que tinham escutado por último e ensaiando a tal dança. As ideias de Rei eram boas, o que levava ele novamente a perguntar se o Zero já havia feito isso antes, porque era absurdo o conhecimento que ele tinha. Leo era tão natural que também parecia já ter feito aquilo antes. Somente ele pelo visto não tinha nenhum talento para dançar, se achando desajeitado e duro.

            - Precisamos escolher uma roupa para essa dança.  - Rei falou no escuro, olhando para cima.

            - Roupa? Tipo o que? - Tsubasa perguntou, soerguendo um pouco o corpo do chão para olhar os outros mais facilmente.

            - Ah, pensei em uma calça. Cada um de nós com uma cor diferente, o que acham? - Zero completara, sem se mover da onde estava.

            - Hum… - Foi a resposta dos dois cavaleiros, os três voltando para o silêncio.

          - Okay, chega de preguiça. - Rei dissera, já se levantando. - Vamos resolver isso e ver como acontecerá essa dança.

Leo reclamara algo, levantando e seguindo o Zero. Ele passou pelo Tsubasa, o levantando também.

            - Que isso gente, é só um banho e compras. E do jeito que estou cansado, é só um banho e compras mesmo. - Zero dissera, fazendo os dois até engasgarem. - Melhor guardar as forças para o rei desse harém.

Tsubasa soltou uma resposta atravessada, seguindo o Rei com um Leo abismado atrás. O monge também tinha ganhado um recado do ruivo com o seu doce favorito, um recado que o deixara muito feliz por ele ter se lembrado. Kouga escrevera no cartão: Para o meu servo. Ele sempre fora muito servil, mas era a primeira vez que era algo que procurara. Que ele desejara. O fato do Garo ter mandado esse recado indicava que era algo que ele também gostara em fazer.

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Kouga praguejava contra o destino. Era uma brincadeira bem idiota, só podia. Ele havia seguido um grupo de horror, descobrindo que eles saíram da cidade e foram para outro lugar, sendo obrigado a continuar a caçada. Pelo que percebia demoraria, pelo menos, uns dois dias naquilo. Avisara Gonza sobre o que tinha acontecido e acabara de deixar um recado no celular do Rei, ouvindo o tom de desapontamento na voz do moreno, visto que nem podiam ajudar. Estava próximo ao local protegido pelo cavaleiro do Trovão, Baron e ele o auxiliaria conforme o Senado ordenara, deixando os outros três responsáveis por onde estavam. Ainda teve que responder por Tsubasa que deveria ter ficado em Kantai, solicitando a ajuda dele com Zero e Leo. Grace-sama permitira a contragosto.

            - Kouga, achei o rastro do horror. - Zaruba falara

            - Então, vamos. - Resignado, Kouga seguiu para onde Zaruba o indicava.

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Dois dias. Rei ainda escutava Tsubasa reclamando e reclamando. Dois dias. Eles estavam sentados em um café, os três cavaleiros de péssimo humor. Dois dias esperando, dois longos dias. Kouga ligara mais cedo, avisando que estava a caminho e que chegaria ao anoitecer.

            - Tudo está preparado, deixou ele ciente que é para ir pra sua casa? - Tsubasa perguntou de braços cruzados.

            - Deixei. - Rei respondeu meio sem paciência.

          - Rei-san, Tsubasa-san, por favor, do jeito que vocês estão isso vai parecer luta e não dança. - Leo informou, deixando o pincel madou em seu casaco.

            - Eu sei, mas não consigo melhorar meu humor mais do que isso. - Tsubasa bateu os dedos na mesa.

            - Ninguém aqui consegue, estamos sofrendo de “Kougabstinência”. - Rei olhou a hora. - O que espero ser resolvido hoje.

            - Já está quase na hora, vamos? - Leo disse, não escondendo a própria ansiedade.
Os outros dois concordaram, deixando o pagamento da conta na comanda e saindo.

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Kouga chegou na casa do Rei, cansado e irritado. O cavaleiro dourado entrou na sala escura, vendo tudo em silêncio, ninguém ao redor. Ele retirara o casaco branco e o colocara sobre o sofá, vendo que Shiruba, Eruba e Goruba estavam em seus lugares. Onde aqueles três estavam? Deixou Zaruba junto aos outros objetos, indo procurar pela casa.

Foi até o quarto, cozinha, andou pela casa, decidindo então ir até o salão de treinamento já que a porta estava aberta. Quando Garo entrou, o lugar foi iluminado por velas. Havia uma poltrona em um canto e um jantar completo arrumado mais afastado. Todas as coisas que ele mais gostava, tudo que ele adorava comer.

            - Kouga-sama, por favor, sente-se. -  A voz de Leo soou na escuridão.

Kouga achou estranho, mas foi até a poltrona se sentando e aguardando. A música começara a tocar e o lugar a frente de Kouga foi iluminado, mostrando Tsubasa. Ele vestia uma calça justa, muito justa, vermelha sangue. Na cintura, um cinto branco de cetim com longas tranças. Estava sem camisa e descalço, o corpo esguio se movendo no ritmo que tocava, seguindo com o quadril cada batida daquela canção. Ele movia o corpo devagar, brincando com a letra.

Lucky you were born that far away so
So we could both make fun of distance
Lucky that I love a foreign land for
The lucky fact of your existence
Baby I would climb the Andes solely
To count the freckles on your body
Never could imagine there were only
Ten million ways to love somebody

Le do lo le lo le, Le do lo le lo le
Can't you see...I'm at your feet

Whenever, wherever
We're meant to be together
I'll be there and you'll be near
And that's the deal my dear
There over, here under
You'll never have to wonder
We can always play by ear
But that's the deal my dear

Kouga mordera os lábios, aquilo era tão quente. A forma como Dan movia as ancas e as tranças em seu cinto se moviam juntas, davam a impressão que ele inteiro tremia. Com a batida forte na canção ele fazia o mesmo, requebrando apenas a bunda, a cintura se contorcendo como uma serpente.

Tsubasa sorriu, saindo do foco da luz, Rei surgindo para a próxima parte. Zero parecia se divertir, fluindo como se fosse a coisa mais natural do mundo mover o corpo daquele jeito, dançar daquela forma erótica. Usava uma calça parecia com a do Dan, negra e com uma faixa prata sobre as ancas, cheias de miçangas que tinham o mesmo efeito de acompanhar os movimentos que ele produzia. Ele aproveitou a letra, colocando as mãos no peito, seguindo até mesmo a parte das pernas e dos olhos. Deuses, Garo estava pegando fogo, tanto tempo longe deles, tanto tempo sem eles e agora....

Lucky that my lips not only mumble
They spill kisses like a fountain
Lucky that my breasts are small and humble
So you don't confuse them with mountains
Lucky I have strong legs like my mother
To run for cover when I need it
And these two eyes that for no other
The day you leave will cry a river

Le do lo le lo le, Le do lo le lo le
At your feet...I'm at your feet

Whenever, Wherever
We're meant to be together
I'll be there and you'll be near
And that's the deal my dear
There over, here under
You'll never have to wonder
We can always play by ear
But that's the deal my dear

Rei rebolava devagar, jogando o quadril para os lados, deixando que a música tomasse conta de tudo, seguisse por sua pele, o cabelo longo e negro caindo por sobre seus olhos.
Leo aparecera para o Kouga, o monge ajoelhado e engatinhando em direção ao cavaleiro. Sua calça era na cor da terra, meio ocre, e tinha uma faixa azul escura, cheia de pedrinhas. Kouga até engasgou vendo quando ele levantara e seguira a letra da música. O que ele fazia com o quadril era mesmo possível? Era imoral. E que quadril. O cabelo repicado do monge lhe dava um ar ainda mais tentador, o jeito de menino tímido o deixava ainda mais delicioso.

Le do lo le lo le, Le do lo le lo le

Think out loud, say it again

Le do lo le lo le lo le

Tell me one more time
That you'll live
Lost in my eyes

Whenever, wherever
We're meant to be together
I'll be there and you'll be near
And that's the deal my dear
There over, here under
You've got me head over heels
There's nothing left to fear
If you really feel the way I feel

Whenever, wherever
We're meant to be together
I'll be there and you'll be near
And that's the deal my dear
There over, Here under
You've got me head over heels
There's nothing left to fear
If you really feel the way I feel

A música terminou com os três se joelhando de frente um para o outro enquanto outra melodia tocava, sem letra, somente os acordes. Era como um espelho, os três repetiam os mesmos movimentos, seguindo o som do instrumento que tocava. Cítara? Violino? Quem se importava? O que importava eram aqueles três corpos, seguindo e movendo as ancas, dançando para o Kouga.

Kouga parecia que ia explodir, vendo os cavaleiros se aproximarem, ainda como se dançassem, ainda rebolando devagar, se ajoelhando diante o cavaleiro dourado, ficando total a mercê do que ele desejasse. Levantando e indo até eles, o ruivo sorriu puxando Tsubasa primeiro e o beijando, deixando que ele retirasse sua roupa, indo até os outros dois e os puxando para si, beijando devagar a boca de Rei e depois a do Leo.

Era até imoral de se imaginar, Kouga e os três, mas era perfeito. Ele dava atenção para todos, beijando um, acariciando o outro, sendo mordido e beijado por todos. Rei puxara o Garo para o que pareciam serem almofadas e futons em um canto, já preparado para aquilo. Não havia disputa de quem seria o primeiro, havia o prazer que os três queriam dar ao homem que amavam. Tsubasa deitou ruivo, vendo Leo subir por seu corpo e o beijar, com Zero se ajoelhando e atacando o baixo-ventre dele, sugando, mordendo, chupando a pele ali, esfregando o nariz nos pelos pubianos do namorado.

Leo fora o primeiro a perceber o cheiro, vendo que Tsubasa e Rei também o sentiram. Kouga emitia o aroma, deixando os três completamente vidrados, famintos. Deixando que Tsubasa fosse o primeiro, o monge colocou as mãos no ombro do Zero, tentando acalmá-lo e vendo que ele entendera, se afastando um pouco. Dan aproveitou a deixa, deitando sobre o corpo do ruivo, se esfregando por ele, sendo beijado da mesma forma. Garo estava no comando, ele que dava o ritmo do que deveria ser feito, o cavaleiro branco deixando isso claro ao cavaleiro dourado ao deitar no futon e se oferecer por completo, abrindo as pernas para ele.

Kouga não pensou, indo ate o corpo menor e o devorando, ouvia os gemidos e pedidos de mais. As mãos exploravam o sexo duro dele, o masturbando devagar. Rei se aproximou deles novamente, puxando o rosto do ruivo e o beijando. Ele tinha um vidro de óleo nas mãos, o derramando pelos dedos do Garo com um sorriso depravado. O cavaleiro dourado cortara o beijo, retirando a mão besuntada e a levando ate a entrada de Tsubasa, o vendo soerguer o corpo para ajudar na penetração dos dedos do amante em si. Dan gemeu baixo, quase um grito cortado,  quando ele o invadira, movendo o quadril bem devagar como se namorado o estivesse fodendo com os dedos.

As duas mãos dele moviam-se juntas, uma continuando a masturbá-lo a outra entrando e saindo do canal apertado e quente. Leo fora até eles agora, pegando o mesmo vidro e derramando em sua mão o óleo. O monge segurou o membro de Kouga, bem lentamente, arrancando um grunhido do ruivo, deixando a carne dura toda lambuzada, a soltando depois. Rei puxara a mão que Garo usava dentro de Tsubasa, a levando a seu rosto e a beijando. Dan subiu no colo cavaleiro dourado, o encaixando em si e se empalando na sua ereção.

Aquilo era absurdamente erótico, Kouga nunca passara por nada igual. Tsubasa cavalgava devagar em seu colo enquanto Rei lambia e beijava sua mão e Leo atacava a sua boca. Com um rosnado, Garo mudara a posição deles, colocando Tsubasa de novo deitado de costas. Sem parar de estocar, ele virou o corpo, puxando a cintura do Leo e o sugando. Usando o mesmo ritmo em que arremetia com o que chupava o monge, o cavaleiro dourado sentiu Rei ir para o seu lado, esfregando o corpo contra o dele. Deitando o Zero da mesma forma que Lord, só que do outro lado, o ruivo o chupava também, lambendo toda a ereção do cavaleiro prateado até a glande.

Uma orgia de puro êxtase, não tinha outra forma de explicar o que acontecia. Sentira o gozo de Tsubasa, saindo de dentro dele, puxando Leo pra si, sem esperar muito, o colocando de quadro sobre Tsubasa. Segurando a anca do moreno em seu rosto, Kouga lambeu devagar cada prega de sua entrada, a deixando úmida com sua saliva, puxando ele pelo quadril depois, mergulhando fundo com um grito rouco e obsceno. O monge se apoiou no futon, pesando sobre Tsubasa enquanto Kouga o estocava. Ele teve o rosto levantado por Rei que o beijara. A língua do Zero percorrendo cada canto de sua boca, abafando os gritos e gemidos que escapava dali.

Rei soltou a boca do Leo, fazendo o mesmo com Tsubasa para depois voltar a beijar o monge. Kouga inclinou o corpo para frente, fazendo com que ele pesasse ainda mais sobre Tsubasa, esfregando a ereção dele de encontro ao ventre molhado já de sêmen do Dan, a fricção e as estocadas o fazendo perder o controle, o próprio gozo se misturando ao do outro, caindo meio inerte ali. Havia uma necessidade, um desespero no momento em que Rei se aproximara do Garo, o jogando sobre o futon, nem se importando com o resto. Havia uma fome evidente no modo em que ele subiu pelo corpo do ruivo, o beijo que eles trocaram era até indecente comparado com o que já havia acontecido ali.

Era como se o vazio que sentira aqueles dias tivesse sido sanado no momento em que Kouga o penetrara, sem preparação alguma. Ele sabia que era dessa forma que Rei gostava, sempre. Ele gostava de ser comido com força, com vontade. Pelo Garo, somente por ele. Kouga era o nome que ele repetia, várias e várias vezes. Estava no limite, precisa de alívio, precisa gozar. Precisava do que somente o cavaleiro dourado conseguia lhe dar. O ruivo segurou Zero pelo cabelo, o puxando para trás um pouco, entrando cada vez mais fundo nele, já sem conseguir segurar mais, já sem conseguir deter o orgasmo, a pequena morte o acolhendo, envolvendo, deixando tudo se perder nela, apenas caindo na escuridão do prazer absoluto.

Os quatro ficaram daquele jeito por um tempo, Rei sobre Kouga, Leo sobre Tsubasa, os três procurando o cheiro e o calor do Garo. Zero saíra de cima do amante, deitando ao lado dele, vendo o monge tomar seu lugar, como um gato que se aninhava na almofada favorita e Dan deitar do outro lado. O cavaleiro dourado sorriu se sentindo todo envolvido e protegido. Amado. Como há muito não sentia.

            - Kouga-sama, você não pode dormir. Ainda não. - Leo dissera, beijando o peito do cavaleiro, sem se levantar. - Ainda precisa se alimentar.

            - E recuperar as forças para continuarmos o nosso banquete. -Tsubasa falara, beijando o pescoço e ombro do Garo.

            - Na realidade, aproveitar o nosso banquete é você conseguir comer nós três de novo, e de novo e, bom, de novo. - Rei falara, beijando a boca do namorado. - Até amanhã, que tal?

Kouga começara a rir, segurando o rosto do Zero e o beijando devagar.

            - Cela, ma princesse. Je vous laisserai donc convaincu qu'ils ne seront pas en mesure de soulever. Pour les jours. (Isso, minha princesa. Deixarei vocês tão satisfeitos que não poderão levantar. Por dias.)

            - Ótimo! - Rei respondeu e viu a expressão dos outros dois, traduzindo o que o ruivo falara e vendo eles finalmente concordarem, rindo. 

Kouga sorriu, seria uma noite longa, muito longa, mas ele não estava reclamando.

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Continua.



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